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Denúncia que forçou saída de Stropa era conhecida do MPE desde março de 2016

Denúncia que envolve o comando da Agepen-MS (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) de Mato Grosso do Sul e que forçou o ex-diretor-presidente do órgão, Ailton Stropa, a pedir exoneração, já era conhecida pela Procuradoria Geral de Justiça (chefia do Ministério Público), desde março de 2016.

Stropa entregou a carta de renúncia ontem, terça-feira (31), ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que, mesmo acreditando na probidade do denunciado, concordou com a demissão.

A acusação feita de maneira anônima e que atingiu o diretor-presidente da Agepen, que é juiz aposentado, cita que Stropa teria sido nomeado graças a um grupo que estaria ligado a crimes de corrupção e até lavagem de dinheiro dentro dos presídios.

Stropa afirmou ter pedido exoneração do cargo para que o caso seja investigado sem interferências. “Toda e qualquer investigação deve seguir livre. Que o caso seja seriamente apurado e que se houver algo irregular, que tenha punição”, disse o diretor, que acrescentou também que ver seu nome no rol de suspeitos constrangeu a ele e a família. Ao comentar a decisão de Stropa, Azambuja disse ver nele um “homem probo, responsável e isento. A investigação vai provar isso”.

A denúncia que atingiu Stropa sustenta que ao menos cinco agentes penitenciários e até o presidente do Sindicato dos Agentes, André Santiago estariam implicado no esquema. Primeiro a acusação foi parar na 50ª Promotoria de Justiça.

A reportagem quis ter acesso a denúncia, que há uma semana corre nas redes sociais, mas não conseguiu.

A promotora de Justiça, Renata Ruth Fernandes Goya Martinha, por ofício, informou à reportagem que não tinha como fornecer o documento.

“Em atenção ao pedido formulado, informou que a Notícia de Fato número 01.2016.00001708-6 foi encaminhada ao Procurador-Geral de Justiça, no dia 30/03/2016, por meio de ofício número 192/2016/;50ª PJ, não sendo possível sequer sua visualização pelo SAJ MP por este órgão de execução”, diz o comunicado da promotora.

Investigação - Ailton Stropa foi citado na investigação do Gaeco, braço do Ministério Público Estadual, na Girve, operação deflagrada na semana passada.

Girve é uma referência a um treinamento ofertado aos agentes penitenciários em abril do ano passado. Neste curso foi ensinado aos agentes como agir em situações para intervenção rápida, contenção, contenção, vigilância e escolta do sistema penitenciário de MS. Stropa e outros diretores da Agepen tiveram as salas vistoriadas pelos investigadores do Gaeco que, lá, apreenderam documentos.

Na manhã desta quarta-feira, na solenidade de formatura de 435 agentes penitenciários, Stropa disse que não há nada de irregular no curso em questão. Disse também que foi ele que pagou, do bolso, R$ 60 mil pelo treinamento.

Durante os discursos na cerimônia de formatura, o diretor-presidente da Agepen foi defendido, além do governador, também pelo secretário José Carlos Barbosa (Justiça).

Stropa deve ficar no comando da agência até o dia 10, período que o governo deve anunciar o substituto.

Midiamax