Publicado em 17/11/2020 às 09:55,

Vítimas do ‘tarado da bicicleta’ farão reconhecimento do possível autor, diz Delegada

Suélen Duarte - Noticidade,
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Delegada falou sobre o caso com nossa reportagem. (Foto: Douglas Amaral - Noticidade)

Um homem de bicicleta tem assediado mulheres em Sidrolândia, conforme apurado pela reportagem do Noticidade, ele já fez, no mínimo, três vítimas, mas com a divulgação dos casos, podem surgir outras vítimas que ainda não procuraram a polícia.

Responsável pela Delegacia da mulher na Polícia Civil de Sidrolândia, a delegada Thais Duarte, informou que há um suspeito e que ele passará por reconhecimento das vítimas.

A primeira vítima foi assediada no dia 19 de outubro, por volta das 7 horas da manhã. Uma jovem de 19 anos, que não será identificada, estava a caminho do trabalho a pé, próximo ao Auto Posto Pé de Cedro, quando o infeliz fato aconteceu. De acordo com ela, em uma das suas mãos estava uma garrafa de suco e na outra o seu celular, sem ter como se defender, o rapaz apareceu sem ela perceber, passou as mãos em seus seios, sua bunda e ainda disse que parecia que ela tinha silicone.

“Faço o trajeto há quatro anos e foi a primeira vez que isso me aconteceu, a primeira semana eu fiquei bem mal, eu me senti violada, eu estava de costas, não vi ele chegando, estava com um suco na mão e na outra meu celular, não consegui me defender, a gente se sente revoltada pelo fato de não conseguir se defender mediante ao fato”, disse.

Assustada, foi até o posto de gasolina e pediu ajuda para os colaboradores que ligaram para a polícia. “Questão de quatro minutos a polícia chegou, passei os dados e eles me orientaram que eu deveria ir na delegacia fazer um boletim de ocorrência, eu fui ao meu local de trabalho e a minha chefe me levou na delegacia, fiquei a manhã toda, praticamente, lá”, afirmou ainda que o menino é novo, estava de boné, camiseta de time, short e fone de ouvido branco.

Após o primeiro boletim de ocorrência, outras duas mulheres relataram que foram vítimas. A última foi a advogada Maria Ivone Domingues, 49 anos, em seu perfil do Facebook, revelou que no dia 12, deste mês, depois de realizar uma caminhada na avenida Antero Lemes, na rua Sergipe, por volta das 19h30min, foi surpreendida com um tapa na bunda, consta na publicação que sua secretária afirmou que, na mesma região, uma mulher também foi assediada.

“Isso é revoltante, nós mulheres queremos ter liberdade de andar nas ruas sozinhas, sem ter medo de ser assediada, atacada ou até mesmo estuprada, precisamos urgentemente de mais policiamento, de uma guarda municipal, de iluminação nas ruas da nossa cidade”, desabafou na publicação.

De acordo com ela, o sentimento foi de raiva, ela se sentiu abusada. “Pensa, alguém passa por você e dá um tapão no seu bumbum e sai andando de bicicleta como se aquilo fosse normal, depois veio o medo. Ele me chamou de gostosa e seguiu pela outra rua, agora só saio de casa acompanhada ou de carro".

A revolta e o sentimento da falta de segurança esteve presente nos depoimentos das vítimas que a reportagem conversou. De acordo com a delegada, as vítimas serão intimadas para tentarem reconhecê-lo. “Como não tem flagrante e ainda não temos elemento suficiente pra indiciá-lo, temos que ter o reconhecimento das vítimas”.

Seja verbal, moral, virtual ou sexual, assédio é crime, veja alguns exemplos de casos de importunação sexual: beijo roubado ou forçado, passar a mão, “encoxar” e fazer cantadas invasivas. A pena é de 1 a 5 anos, conforme previsto no artigo 215-A do código penal.