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Jovem de 24 anos que venceu o Covid-19 dá detalhes sobre a doença e também do preconceito sofrido

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Foto: Arquivo Pessoal

Em Sidrolândia, quando acontece de alguém espirrar, as pessoas já dizem que é covid-19, algumas até se afastam, o distanciamento de fato é recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Todos sabem que só espirrar não caracteriza que a pessoa está de fato com o vírus, mas a verdade é que o medo está embutido e que a desconfiança aumenta quando isso acontece.

A razão disso é que ninguém quer ser vítima dessa doença que em muitos foi letal, não se sabe como o organismo pode reagir e as sequelas que podem ficar na pessoa, no entanto, não é algo que se pode escolher e muitos que pegam coronavírus relatam o preconceito sentido. A jovem Myrella Arruda de 24 anos, moradora de Sidrolândia, sentiu esse preconceito em sua própria família, detalhe, pelo WhatsApp e ainda nem havia testado de fato positivo.

“Fui comunicar minha família a suspeita e levei um banho de água gelada. Sim, tive preconceito, como eu estava "infectada", saíram do grupo da família, como se fossem passar pelo WhatsApp”, relatou em desabafo nas redes sociais.

Ela começou a sentir os sintomas e logo procurou orientação com sua amiga enfermeira Fernanda Jung, que a orientou a ir buscar atendimento médico e fazer o teste, assim foi feito, o resultado deu negativo. No dia seguinte, sentindo forte dor de cabeça, deu entrada no Hospital Elmíria Silvério Barbosa, mas achando que somente os remédios orais e na veia iriam ajuda-la, resolveu voltar para a casa. Entretanto, as dores aumentaram e com ela vieram os vômitos, diarreia e também tontura.

“Eu retornei ao hospital no dia seguinte, eles queriam me internar, mas eu me recusava ficar, preferia tomar um medicamento e ficar em casa. Entrei em contato com a Vigilância Sanitária, no qual foram gentis comigo, para poder repetir o teste, pois eu vinha piorando e os sintomas aumentando, o resultado foi positivo”, disse.

Com muita dor no corpo e dor de cabeça constante, no dia 5 ela aceitou ser internada e afirmou que, muito bem cuidada por todos, após 17 picadas por coletar sangue todos os dias, apesar de ter sido dolorido, foi o que a salvou.

“Eu não nego que sofri e muito, pois eu não escolhi contrair vírus nenhum, isso mexeu muito com o meu psicológico”, contou.

Myrella ficou poucos dias internada, mas com certeza o suficiente para que voltasse para casa com novos pensamentos sobre o real significado da vida. Ela recebeu alta na semana passada, com direito a buquê de flores, a sua saída foi emocionante.