Publicado em 30/10/2020 às 09:12,

Embrapa participa de lançamento do 1º plantio de soja convencional orgânica no Eldorado

Redação - Noticidade ,
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Da esquerda para direita: Walder, Milton, Altair, Harley e Rodrigo. - Foto: Divulgação

A Embrapa Agropecuária Oeste participou do lançamento do primeiro plantio de soja convencional orgânica (BRS 511) no Assentamento Eldorado. Nessa safra, dezesseis agricultores assentados de Sidrolândia estão trabalhando em parceria e juntos vão plantar 109 hectares de soja orgânica.

O lançamento foi organizado pela Cooperativa dos Agricultores Familiares do Assentamento Itamarati (Cooperafi) de Ponta Porã, onde serão cultivadas 13 ha.

Tanto em Sidrolândia quanto em Ponta Porã, também estão previstos plantio de milho, tipo pipoca, após a colheita da soja. Também existem possibilidades de plantio de milho comum para compor rações destinadas à alimentação de galinhas poedeiras.

Lançamento - A atividade foi realizada no Assentamento Eldorado, contou com a presença de Harley Nonato de Oliveira, chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste, de Walder Antonio Gomes de Albuquerque Nunes, chefe geral de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade, e dos pesquisadores Rodrigo Arroyo Garcia e Milton Padovan.

BRS 511

Em Sidrolândia e Ponta Porã serão cultivadas a BRS 511, cultivar de soja convencional que alia alta produtividade com inovação, desenvolvida pela Embrapa, e parceria com a Fundação Meridional. “Essa cultivar de soja convencional foi lançada há apenas dois anos. Ela possui resistência genética à ferrugem-asiática da soja, sendo mais uma ferramenta para o manejo adequado dessa importante doença”, explica o pesquisador Rodrigo Arroyo Garcia. Saiba mais sobre a BRS 511.

Para o chefe geral Harley Nonato de Oliveira, a inserção de uma cultivar desenvolvida pela Embrapa nesse plantio reforça a importância do material e suas amplas possibilidades de uso. Ele acrescentou ainda que “além de termos o material disponível, por meio da Jotabasso, também podemos ver a BRS 511 ser inserida em sistemas de produção com diferentes objetivos, dada as qualidades que essa cultivar possui”.

Certificação

O processo de certificação orgânica dessas áreas destinadas à produção de grãos nos assentamentos de Mato Grosso do Sul, conta com apoio da Cooperafi e esta sendo realizado pelo Sistema Participativo de Garantia (SPG), que é conhecido como certificação participativa.

Comercialização

Toda a produção de soja orgânica e em transição desses agricultores familiares será adquirida pela empresa Argomil, sediada em Avaré (SP). Responsável pelo apoio técnico para essas iniciativas, Alison Napolitano, que também é representante da Argomil, participou do evento e informou que a empresa comprará a soja e o milho orgânicos e que esses insumos serão utilizados na preparação de rações para galinhas de postura de ovos, criadas por meio de manejo orgânico.

Segundo Napolitano, a empresa possui demanda imediata suficiente para plantio em 2.500 ha em Mato Grosso do Sul. “O Estado tem uma grande vantagem competitiva em relação a São Paulo, pois oferece áreas maiores para esse tipo de cultivo o que facilita a logística”. Segundo ele, a empresa está financiando até 70% dos custos de produção das lavouras orgânicas de agricultores familiares que estejam utilizando manejo orgânico e em transição.

Napolitano destacou ainda que além dos pequenos produtores da agricultura familiar, existe demanda de médios e grandes agricultores para que produzam grãos orgânicos, representando uma importante alternativa para esse nicho de mercado, que é comercializado tanto no Brasil, quanto para exportação.

O termo de parceria entre a Cooperafi e a Argomil prevê que os produtos com certificação orgânica serão adquiridos com um bônus de 20 a 30% sobre o produto convencional, enquanto a produção oriunda de áreas em transição contará com um bônus de 10%.