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Comunidade dá exemplo, aperta prevenção ao Covid-19, faz ‘vaquinha’ e compra até termômetro digital infravermelho

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Foto: Noticidade 

Famílias da comunidade Indígena Buritizinho, mais conhecida popularmente como Aldeia Tereré são exemplo de organização e rigor na prevenção a Pandemia do Covid-19 em Sidrolândia.

A aldeia urbana foi praticamente fechada para pessoas que não moram no local, ninguém que não pertença à comunidade pode entrar (com exceção de entregadores). 

A área indígena faz divisa com a Vila de mesmo apelido “Tereré” com o Residencial Vival dos Ipês e ainda com o Bairro Morada da Serra e com outras duas aldeias que ficam aos fundos da área.

Logo que a Prefeitura tomou as primeiras medidas emitindo decretos em Sidrolândia para prevenir a pandemia do Coronavírus, lideranças da comunidade indígena, dentre eles, o Cacique Sebastião Figueiredo e o vice-cacique João Rodrigues Figueiredo, o Professor Cícero Henrique, dentre outros, se reuniram e decidiram “fechar” a Aldeia para preservar os moradores de riscos. Todas as entradas da aldeia foram isoladas e apenas a entrada central localizada no final da Rua Mato Grosso está funcionando. Ali foi montada uma tenda e uma blitz, onde todos são barrados ao entrar, é feita a higienização com álcool em gel e os pneus dos veículos recebem uma solução química.

Preocupados com o avanço da pandemia em MS e dois casos envolvendo funcionários da JBS/Seara em Sidrolândia onde trabalham muitos indígenas, os líderes da comunidade foram em busca de apoio para a aquisição de um Termômetro digital infravermelho sem contato e decidiram fazer uma “vaquinha” para compra de três aparelhos. 

Uma das integrantes do grupo, Ana Batista conversou com a reportagem do Noticidade e destacou que várias famílias se uniram para comprar os aparelhos que foram adquiridos em Campo Grande ao custo de R$ 480 reais. Cada família ajudou com aquilo que podia e assim os aparelhos foram comprados.

De acordo com o Professor de Educação Física, Personal e treinador Gabriel Alves que também é morador da comunidade e integra o grupo, todos são voluntários, inclusive no revezamento da fiscalização na entrada da aldeia diariamente das 4 horas da manhã até às 23 horas.

O vereador Otacir Pereira Figueiredo destacou que a própria JBS/Seara também tem apoiado a ação com o fornecimento de materiais de higienização por meio de uma solicitação dos treze caciques da região, tendo em vista que em todas as aldeias existem funcionários da empresa. “Recebemos também uma tenda disponibilizada pela Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer para melhor comodidade das equipes de fiscalização, e em nome da Ana Batista que tem lutado bastante em busca de apoio, eu agradeço a todos que tem auxiliado de alguma forma nessa ação contra essa doença invisível; temos que nos unir cada vez mais em prol da saúde das famílias”, destacou o vereador que também é técnico de enfermagem e auxilia na ação de prevenção ao lado de outros profissionais da saúde, técnicos de enfermagem e enfermeiros moradores da própria comunidade indígena.