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Produtores iniciam a colheita do milho e preços estão abaixo dos custos de produção

Conforme informações do presidente do Sindicato Rural de Maracaju, Juliano Schmaedecke, a colheita do milho safrinha está no início na região, com produtividades iniciais muito boas, porém neste ano, os produtores enfrentaram problemas com a mancha branca, exigindo mais de uma aplicação. Ele afirma que não é possível perceber a diferença a olho nu, mas é preciso avaliar posteriormente o peso perdido com a entrada da enfermidade, que entrou no final do ciclo e pode ter atrapalhado o enchimento final.

Na semana passada, a região de Maracaju recebeu muita chuva. A época não é, tradicionalmente, de chuvas, entretanto, este fator pode trazer um pouco de milho ardido. No ano passado, que foi extremamente seco e difícil, houveram muitas perdas. Agora, a lavoura chega |como se fosse uma lavoura de verão|, como destaca o presidente.

Por sua vez, os preços giram entre R$17 a R$18, valor que não cobre os custos de produção e resulta em um mercado morno, sem grandes interesses de venda. Alguns produtores fizeram comercializações antecipadas, aproveitando a oportunidade anterior do mercado.

No caso da soja, os preços giram em torno de R$ 56 a R$ 57, valor que também traz prejuízo para os produtores. Por isso, também há um movimento de retenção da oleaginosa e não há lugar para estocar todos esses grãos. Assim, muitos produtores já se preparam para estocar em silo bolsas.

Intervenção - A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) e a Federação de Agricultura e Pecuária do estado (Sistema Famasul) entregaram uma solicitação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para que ocorra a garantia de equalização de preço mínimo pago ao produtor sul-mato-grossense de milho, caso os valores pagos fiquem abaixo do preço mínimo oficial.

Segundo a Aprosoja/MS, o pedido foi prontamente recebido pelo secretário de Política Agrícola do MAPA, Neri Geller, que afirmou, que caso os preços do cereal no estado fiquem abaixo do mínimo, que o governo federal vai intervir por meio de leilões de prêmios para o escoamento da safra local.

Para o presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto, a medida é fundamental. “A garantia do ministério é importante por dois motivos: para garantir efetivamente o pagamento do preço mínimo ao produtor e também para movimentar a comercialização, algo necessário neste momento inclusive devido ao déficit de armazenagem do estado. Tendo o preço mínimo garantido, podemos comercializar, escoando a produção e abrindo espaço nos armazéns para novos produtos”, explicou.