Publicado em 25/01/2017 às 16:54,

Ligação ao 190 mostra PRF discutindo no local da morte de Adriano

Redação,

Minutos antes dos disparos que mataram o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, no dia 31 de dezembro, o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos,  fez uma ligação para o 190. Em meio à conversa com o militar que atendeu a ligação, é possível ouvir uma discussão calorosa entre as vítimas e o PRF, já denunciado por homicídio qualificado pela MPE (Ministério Público Estadual).

Todas as ligações feitas pela Polícia Militar e também para o Corpo de Bombeiros através do 193 foram requisitadas pela Polícia Civil durante as investigações. Quatro delas, três que seriam de testemunhas do crime e um do próprio policial, foram analisadas por peritos e transcritas nos laudos do inquérito.

O desespero com a situação, mesmo antes dos disparos e o desconhecimento de que Ricardo Hyun Su Moon fosse realmente policial, ficam evidentes nas ligações. Mas é a conversa entre o policial rodoviário federal e o policial militar que atendeu a chamada, que detalhou a polícia a discussão que antecedeu o homicídio.

Logo no começo da ligação, o policial pede reforço, indica que está na “Geisel... perto do parquinho” e pede viaturas da Polícia Militar no local. Sem entender, o militar pergunta o que está acontecendo e em resposta Ricardo explica que o empresário, só depois identificado, quase tinha causado um acidente e estava ‘batendo boca’ com ele.

“E o motorista tá bêbado. Tá. Ele tá indicando índice, indício de embriaguez”. O policial ainda pergunta se o PRF também está embriagado, mas ele explica que não, que estava indo trabalhar. Neste momento da gravação, o policial rodoviário começa a discutir com umas das vítimas que estavam na caminhonete Hilux, mas a briga é ilegível.

“É o seguinte. O cara, o cara fez uma barbeiragem aqui. Quase entrei num acidente e tá batendo boca comigo”, voltou a explicar, “Tem três passageiros suspeitos aqui. Eu sou PRF TÁ. Tem três passageiros suspeitos aqui tá”. É a partir daí que a discussão fica mais clara.

Campo Grande News