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Colegas de partido alegam que houve excesso na ação contra Puccinelli

Lideranças do PMDB defendem que houve |excesso| na ação da Polícia Federal, contra o ex-governador André Puccinelli (PMDB), na quarta fase da Operação Lama Asfáltica. Eles alegam que não precisava de uma condução coercitiva, apenas que fosse marcado o devido depoimento ao colega de partido.

|Acredito que toda a ação foi um exagero, não se precisava usar de condução coercitiva, até porque pelo que fiquei sabendo, nunca o André (Puccinelli) faltou a qualquer depoimento ou deixou de atender a Justiça|, disse o deputado Eduardo Rocha, vice-presidente estadual do PMDB.

Ele ainda ponderou que não se pode fazer um |pré-julgamento| do ex-governador, já que segundo o parlamentar, as investigações estão em andamento, e não existe nenhuma condenação. |Sou amigo e acredito na inocência do André e deve haver espaço para ele se defender|, ponderou.

Mesmo discurso do deputado Paulo Siufi (PMDB), que alegou que no seu entendimento, a condução coercitiva deve ser usada, quando houver uma intimação anterior e o acusado não comparecer à Justiça. |Se não houve esta situação antes, considero que teve excesso nesta operação|.

Siufi também fez a defesa do colega, ao dizer que Puccinelli se posicionou bem sobre a investigação. |Pelo que acompanhei, o André disse ser favorável a investigação e quer que as autoridades cheguem a verdade, além disto defendo que todo excesso deve ser coibido|.

Sobre o impacto desta operação nas ambições políticas de Puccinelli, até então cotado para a disputa do governo estadual, no ano que vem, os peemedebistas alegam que é cedo para fazer qualquer avaliação e que este não é o melhor momento para se analisar. |De política nos falamos depois|, disse Eduardo Rocha.

Investigação - O ex-governador André Puccinelli (PMDB) é apontado como um dos beneficiários do esquema criminoso que fraudava licitações e lavava dinheiro. Em coletiva nesta manhã, o delegado da Polícia Federal Cleo Mazzotti afirmou que ele garantiu recursos junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que depois foram desviados.

A Polícia Federal chegou a pedir a prisão preventiva contra Pucinelli, mas como alternativa foram aplicadas medidas cautelares, como colocação de tornozeleira, proibição de deixar a cidade e fiança de R$ 1 milhão, que o governador não tem como pagar por ter os bens bloqueados, segundo adiantou o advogado do ex-governador, Renê Siufi.

Depoimento - A quarta fase da operação Lama Asfáltica, que investiga prejuízo de R$ 150 milhões aos cofres públicos por fraudes de licitações e lavagem de dinheiro. André Pucinelli prestou depoimento pela manhã e deixou a sede da PF (Polícia Federal) em uma das viaturas para colocar uma tornozeleira eletrônica.

Foram presos André Cance, ex-secretário-adjunto da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), o dono da gráfica Alvorada, Micherd Jafar Junior; e o ex-coordenador de licitações da Semad (Secretaria Municipal de Administração), Mauro Cavalli.

Campo Grande News