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Ao internar a filha sozinha, maracajuense ganha outro filho e recebe apoio no HU

A história de luta da maracajuense Andressa Farias de Souza, de 22 anos repercutiu na imprensa estadual, ela foi destaque no quadro “Lado B” depois de mobilizar voluntários no HU de Campo Grande.

No dia do seu aniversário, 31 de janeiro, ela deu a luz, sem ninguém da família por perto. No último domingo, a dona de casa saiu de Maracaju até Campo Grande, porque a filha não passava bem e precisava ser internada. Andressa estava na 39ª semana de gestação, mas não tinha previsão de nascimento para esta semana. No entanto, ao internar a filha, a mãe entrou em trabalho de parto.

Maria (Filha de Andressa) foi internada no domingo e, na quinta-feira, o irmão Luan veio ao mundo. Com a mãe na maternidade, sem nenhum familiar por perto, funcionárias, mães e voluntárias do hospital se mobilizaram para cuidar de Maria na área pediátrica, enquanto Andressa permanecer internada.

“Fiquei desesperada”, diz. “Vim sozinha a Campo Grande para cuidar da Maria e acabei deixando ela sozinha. Mas quando entrei em trabalho de parto descobri que no hospital havíamos feito uma nova família e as funcionárias começaram a nos ajudar”.

Enfermeiras e mães se revezam para cuidar da Maria. Na manhã desta sexta-feira, quem saiu de casa para ficar o dia todo com a pequena foi a missionária Miguelita Ribas Cristaldo, de 38 anos (Foto Abaixo). Ela visita o hospital toda semana para levar sorriso, abraço e uma palavra de fé aos pacientes que lutam pela recuperação.

“Quando me falaram que a Maria Eduarda estava aqui eu vim correndo. Cheguei e outra pessoa já estava cuidando dela. Hoje, vou ficar o dia inteiro”, conta Miguelita, enquanto ajuda a enfermeira no banho da criança.

Maria é alegria da vida de Andressa que enfrenta uma verdadeira jornada pela sua sobrevivência desde o nascimento.

Ela nasceu em março de 2017 e, depois de complicações no parto, virou uma resistente. Ela teve anoxia neonatal, ausência de oxigênio do recém-nascido. “Ela demorou muito para nascer. Era para ser cesárea, mas no hospital o doutor falou que eu aguentava. A enfermeira apertou bastante minha barriga e a Maria nasceu. Mas veio sem vida e demoraram 50 minutos para reanima-la”, conta lembrando-se do nascimento.

Ainda nas primeiras horas de vida, Andressa e Maria encaram uma viagem até Campo Grande para a internação. “Mas foi só aqui, no HU, que os médicos me explicaram tudo o que tinha acontecido. Foi um baque muito grande, porque a gente tem sonhos para um filho e, ao saber das sequelas, fiquem em choque.”

A menina passou mais de um ano internada no hospital, onde Andressa conheceu muitas mães e profissionais que se encantaram com a força de Maria. “Com tanto tempo aqui dentro todo mundo acabou nos conhecendo. Quando ela teve alta, as enfermeiras disseram que iam sentir saudade”.

Mas o que ela não imaginava era a corrente do bem para que Maria não ficasse sozinha nesta nova fase da família. “Cuido dela sozinha em Maracaju. Então, quando vim, imaginei que fosse ficar ao lado dela o tempo todo, mas de repente o Luan nasceu”.

Com o filho nos braços, ainda sem alta médica, Andressa tem matado a saudade de Maria por telefone. “As meninas mandam fotos no WhatsApp e eu fico olhando o rostinho dela, mas não vejo a hora de abraça-la”.

Para dona Miguelita, o tempo dedicado à Maria tem um valor inestimável. “Eu faço de coração. Cuidar dela me faz sentir viva e é uma alegria fazer algo pelo próximo. Isso prova que cada um pode fazer algo pelo outro, nem que seja um pouquinho”.

Andressa, Maria e Luan agora precisam voltar para casa, mas as crianças precisam de ajuda. “Qualquer doação é bem vinda, principalmente, fraldas. Porque Andressa não consegue trabalhar no momento, ela dedica todo seu tempo a Maria, que necessita de cuidados especiais”.

Serviço – Doações podem ser feitas no Hospital Universitário ou na conta da Caixa Econômica Federal na Agência: 2485, operação: 023 e conta Caixa Fácil: 1129-3 em nome de Andressa FDE Souza.

Redação – Noticidade