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A cada 24 horas, polícia registra um caso de estupro de criança

Entre os dias 1º de janeiro e hoje, 140 boletins de ocorrência de estupro de crianças e adolescentes foram registrados na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente.

O número representa pouco mais de 15% do total de registros policiais feitos na DEPCA, no período, e aponta que, ao menos um caso, é denunciado a cada 24 horas em Campo Grande.

Na tarde de ontem, uma menina de 11 anos foi resgatada em uma residência do Bairro Dom Antônio Barbosa, onde era violentada. O pai dela, de 40 anos, a entregou a dois |irmãos de igreja|, de 56 e 58 anos, em troca de R$ 200 para comprar comida. Eles foram presos em flagrante pela Polícia Militar.

O caso expõe uma situação recorrente nas investigações feitas pela Polícia Civil: a maioria dos agressores são parentes ou pessoas próximas da vítima, conforme explica a delegada Marília de Brito Martins. “A maioria dos casos são intrafamiliares e as denúncias também partem da família”, diz.

Segundo a delegada, após o registro das denúncias, investigadores vão até a residência da vítima e a encaminham para a delegacia, onde os relatos dos abusos são feitos na presença  de psicólogos.

O Conselho Tutelar também é acionado para evitar novo contato da criança com o agressor, especialmente nos casos em que o abusador tem a tutela da vítima.

DISQUE 100

Um dos canais em que é possível denunciar estes casos é o disque 100. Trata-se de um serviço de atendimento telefônico gratuito em que é possível informar sobre violações de Direitos Humanos.

No ano passado, foram registradas 2.555 denúncias em Mato Grosso do Sul. Deste total, 1669 chamadas são relacionadas a denúncias de violações contra os direitos das crianças e dos adolescentes.

Em nível nacional, foram feitas 84.049 denúncias de violações contra crianças e adolescentes. O maior número de denúncias envolve crianças entre 4 e 7 anos de idade e em 45% das vezes ocorrem na casa da vítima.

Além da exploração ou abuso sexual, outras denúncias recorrentes são de trabalho infantil; uso de álcool e outras drogas por crianças; garotos e garotas em situação de rua e  desaparecimento.

SINAIS DE ALERTA

A delegada Marília orienta sobre os “sinais” que devem ser observados no comportamento das crianças quando há suspeita de abuso sexual: tristeza, queda do rendimento escolar, aversão a uma determinada pessoa, geralmente o agressor, irritação e outras mudanças repentinas no humor.

Correio do Estado