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Constantemente em risco na pandemia, caminhoneiros redobram cuidados de prevenção

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Caminhoneiro Diego da Silva Bertoldo, de 33 anos (Foto: Kísie Ainoã) 

A pandemia do Coronavírus já completou 3 meses, nesse período muitas pessoas tem evitado sair de casa, contudo esse não é o caso dos caminhoneiros.

Em Sidrolândia, conforme informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal) mais de 3 mil caminhões e carretas passam pelo município pela BR-060 que corta a principal Avenida da cidade, a Dorvalino dos Santos. Em Maracaju, esse número é superior a 4 mil.

Com isso, profissionais dos Postos de Combustíveis e os próprios caminhoneiros estão redobrando os cuidados em meio à pandemia do Covid-19.

Atualmente, quem percorre as estradas afirma adotar todas as medidas de prevenção. É o caso do caminhoneiro Diego da Silva Bertoldo, de 33 anos. Entre uma parada e outra, a máscara, um dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) que utiliza, está sempre em seu rosto. “Tem lugar que as pessoas chegam a achar estranho, mas não deixo de usar”, conta.

No município de Maracaju e em algumas cidades do Estado, o uso da máscara é obrigatório, inclusive dentro dos veículos.

Acostumado a ficar aproximadamente uma semana longe de casa, a cada viagem, o caminhoneiro é consciente de seu papel. “Nós somos geradores, andamos de cidade em cidade. Por isso, podemos ser um dos transmissores e, então, temos que usar os equipamentos necessários”, pontua.

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Valter Gomes, de 51 anos, também afirma se cuidar, mas classifica o comportamento de muitos colegas de profissão como inadequado. “É natural que temos que se preocupar, nunca se sabe o dia de amanhã. Por isso, nós caminhoneiros precisamos se cuidar mais”, ressalta Valter. O profissional contou ainda, fazer uso de álcool em gel constantemente, principalmente para higienizar mãos e partes do caminhão.

Para a maioria dos caminhoneiros, a preocupação maior é com a família, pessoas que terão contato com eles assim que retornam de viagem. Por isso, os cuidados são levados da rua para dentro de casa. “Quando eu chego, a mulher não deixa entrar de qualquer jeito não”, brinca José Marques, de 50 anos. “É lavando bem as mãos, e roupas vão direto para a máquina”, garante o caminhoneiro, que reside em Sidrolândia e está acostumado a viajar por Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Preocupação - Integrantes de um dos principais setores econômicos do país, os caminhoneiros sabem o valor que a profissão representa, mas nem por isso, deixam de receber comentários preconceituosos na pandemia por percorrerem o país de norte a sul.

Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, foi o contato com um caminhoneiro de Campo Grande que provocou a contaminação de funcionários de um frigorífico de Guia Lopes da Laguna, por covid-19. 

Dois trabalhadores que foram expostos ao vírus acabaram transmitindo a doença para pelo menos outras três pessoas. Por conta da situação dos profissionais, a empresa anunciou suspensão das atividades por 15 dias. (Com informações do Campo Grande News)